Nos últimos dez anos, o preço do café em restaurantes no Brasil sofreu um aumento significativo, impactando diretamente o bolso dos consumidores.
De acordo com um levantamento da Ticket, marca da Edenred Brasil de Benefícios e Engajamento, o preço médio do tradicional cafezinho, consumido após o almoço em mais de 4,5 mil estabelecimentos, passou de R$ 2,39 em 2014 para R$ 5,29 em 2024.
Esse aumento de 121% reflete tanto a valorização do grão quanto os desafios econômicos enfrentados pelo setor e pelos consumidores.
O Brasil e o café: um relacionamento histórico
O Brasil, segundo maior consumidor de café no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, enfrenta desafios relacionados ao aumento no preço do grão.
De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), o mercado brasileiro viu o valor do café torrado subir 3,32% apenas em setembro de 2024, e acumular uma alta de 21,5% no ano.
Esse aumento é muito superior à inflação registrada no país, o que reflete diretamente nos preços praticados nos estabelecimentos e impacta o custo de vida dos brasileiros.
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O café como parte da refeição: uma fatia significativa no orçamento
Para muitos brasileiros, o café não é apenas uma bebida matinal, mas também um complemento tradicional após o almoço.
Segundo a pesquisa realizada pela Ticket, o valor do café representa atualmente 10% do custo total de uma refeição completa, que inclui prato principal, bebida, sobremesa e o cafezinho.
O preço médio de uma refeição em restaurantes no Brasil é de R$ 51,61, dos quais R$ 5,29 correspondem ao café.
Para aqueles que almoçam fora diariamente, o gasto mensal com o cafezinho pode chegar a R$ 116,38 — equivalente a mais de duas refeições completas.
Diferenças regionais: variações no preço do café
A pesquisa também destacou as variações regionais no preço do café e das refeições no Brasil.
No Sudeste, onde o custo de vida é mais elevado, o preço médio de uma refeição completa é de R$ 54,54, e o café custa, em média, R$ 5,70.
Já no Sul, o valor médio da refeição é de R$ 48,91, e o café é um pouco mais barato, custando R$ 4,92.
No Nordeste, o cenário é similar, com o café custando em média R$ 4,89, enquanto o almoço completo fica em torno de R$ 49,09.
Por outro lado, nas regiões Centro-Oeste e Norte, onde o café representa uma porcentagem menor do custo da refeição (9%), os valores são mais baixos.
No Centro-Oeste, a refeição custa em média R$ 45,21, e o café, R$ 3,85. No Norte, os preços são de R$ 45,41 e R$ 3,98, respectivamente.
Essas diferenças refletem as particularidades econômicas e culturais de cada região, mostrando como o custo de vida e as preferências de consumo variam ao longo do país.
Café expresso vs. café coado: diferença no preço e preferências
A pesquisa da Ticket também destacou que a escolha entre café expresso e coado pode ter um impacto significativo no orçamento do consumidor.
O café expresso, presente em 25% dos restaurantes avaliados, é mais frequente em locais sofisticados, como restaurantes à la carte e estabelecimentos que servem pratos executivos.
Seu preço médio em 2024 é de R$ 6,51, 64% mais caro que o café coado, que custa em média R$ 3,96.
O expresso registrou um aumento de 8,3% em relação ao ano anterior, enquanto o café coado teve um aumento de 10,6%.
Embora o expresso seja mais comum em restaurantes mais requintados, o café coado, servido em 58% dos estabelecimentos pesquisados, é amplamente encontrado em locais de autosserviço e serviço comercial.
Em muitos desses lugares, ele é oferecido como cortesia.
Preço do café em restaurantes no Brasil: impacto no bolso e estratégias de consumo
O aumento expressivo no preço do café, especialmente em restaurantes, tem levado os consumidores a repensarem suas escolhas.
Como destacou Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket, essas informações são essenciais para que os trabalhadores e consumidores em geral possam tomar decisões mais conscientes e ajustadas ao seu orçamento.
“Esse mapeamento é importante para que os trabalhadores possam recorrer às opções que mais se adequam ao seu orçamento mensal destinado à alimentação e possam fazer substituições. Para os estabelecimentos, são dados que podem nortear suas estratégias de atuação”, afirmou Natália.
Além disso, o café, por representar uma parcela significativa do custo da refeição, pode se tornar um ponto de ajuste no orçamento para aqueles que almoçam fora com frequência.
Optar pelo café coado em vez do expresso, por exemplo, pode resultar em uma economia considerável ao longo do mês.
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