Você sabia que a cidade de São Paulo abriga o maior cafezal do mundo?
Pois é, mantido pelo Instituto Biológico (IB-APTA), o local é um convite para o turismo de experiência.
Vamos conhecer mais sobre esse projeto.
Maior cafezal urbano do mundo
O turismo de experiência é uma tendência mundial.
A modalidade tem a ver com uma maneira única de conhecer novos lugares, ou revisitar locais onde já estivemos, com um olhar totalmente novo, fazendo com que as pessoas criem lembranças para guardar por toda a vida.
Geralmente, essas práticas costumam ter um alto custo.
Mas, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado está dando esse presente à São Paulo, e, por meio do Instituto Biológico (IB-APTA), convida a população para uma experiência imersiva que vai da colheita dos frutos maduros – plantados no maior cafezal em área urbana do mundo -, até a degustação dos melhores cafés do país, passando por toda a tecnologia embarcada nesse processo.
A 15ª edição do Sabor da Colheita será no sábado, 21 de maio, a partir das 9hs, na sede do IB, na Vila Mariana.
Desde 2006, entre os meses de maio e junho, o Instituto Biológico realiza essa cerimônia que marca o início da colheita do café no Estado de São Paulo.
Em 2022, o evento ganhou novas nuances apresentou um blend pra lá de especial.
Colheita do café
Em torno de uma tonelada de grãos coco secos foram colhidos no cafezal, resultando, após seu beneficiamento, em aproximadamente 500 kg de café moído.
Mas, a produção a cada ano estava caindo e para solucionar essa questão e ampliar informações a respeito da cultura, o IB decidiu renovar a plantação, incorporar novas variedades, incluindo uma preconizada para agricultura orgânica, assim como ampliar as discussões em relação à sustentabilidade e agricultura regenerativa.
Para isso, contou com a parceria da Nestlé.
“A produção é totalmente orgânica desde 2017, tendo passado por um período de transição. O ano passado conseguimos que até o beneficiamento fosse efetuado de maneira a manter as características de produção orgânica”
Harumi Hojo, pesquisadora do IB e responsável técnica pelo projeto.
Segundo ela, parte da produção é doada ao Fundo Social de São Paulo, e parte fica para pesquisas.
Café no bule e música de viola, quem não gosta?
O evento funcionou assim: às 9h, os visitantes foram recepcionados pela diretora-geral do IB, Ana Eugênia Carvalho Campos, e convidados a saborear um café da manhã oferecido pela Nestlé e pelos produtores rurais, ao som da Orquestra de Viola Caipira.
Na sequência, o secretário de Agricultura e Abastecimento, de Francisco Matturro, falou sobre a importância do grão para a economia paulista e dos investimentos que estão sendo realizados no setor.
Em seguida, o vice-presidente de Assuntos Públicos e Legais Nestlé, Gustavo Bastos, explicou sobre a importância da parceria com o IB para o desenvolvimento de novos projetos da empresa.
Após esse momento, os participantes puderam aproveitar as oficinas oferecidas pela organização.
Mais momentos do evento
Colheita do café e pós-colheita: os convidados receberam chapéus e cestos e foram orientados sobre as técnicas de colheita.
Posteriormente, houve uma breve explicação dos procedimentos pós colheita e do funcionamento da despolpadeira em uma amostra de café colhida durante o evento.
Balcão com degustação de cafés: baristas ensinaram métodos de preparo e ofereceram cafés para serem degustados.
Os cafés foram do Instituto Biológico e Nescafé Origens do Brasil.
Balcões dos produtores regionais: exposição dos cafés de produtores feita pelos próprios agricultores.
Além de conhecer os cultivares do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que também pertence à Secretaria de Agricultura, representantes das associações de Cafeicultores de Bragança Paulista (ACBP) e de Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista (ACECAP) e dos Cafés da Região da Alta Mogiana confirmaram presença.
Como tudo começou
O café entrou no Brasil em 1727 e se espalhou por vários estados, chegando ao Vale do Paraíba, São Paulo, em 1806.
Em pouco mais de quatro décadas, o Brasil já era o maior produtor mundial da cultura.
No início do século XIX, os grandes produtores – chamados “Barões do Café”, exerciam grande influência política no Estado de São Paulo.
Por força desse grupo econômico, que clamava por uma assistência técnica para o controle das pragas que ocorriam em seus cafezais, em 1927, para atender essa e outras demandas, foi criado o Instituto Biológico.
Na metade da década de 1950, junto ao edifício sede, foram plantados cerca de 2.500 pés de café com a finalidade de servir à pesquisa científica e, também, preservar a memória histórica da Instituição.
No momento, o cafezal ocupa uma área aproximada de 10.000 m² e possui cerca de mil pés de café das variedades Mundo Novo (500 – que serão colhidos esse ano) e Catuaí (500 – que foram esqueletados e só produzirão o ano que vem) e 1.500 pés de cafés de seis variedades mais plantadas.
Atualmente, o propósito do cafezal é ser um instrumento de educação ambiental, didático, histórico e cultural, destinando-se às pessoas que desejam conhecer uma plantação de café, sua história e outras particularidades, além dos princípios das boas práticas agrícolas, sustentabilidade e agricultura regenerativa.
Durante o período da pandemia, as visitações foram suspensas.
Mas, a partir de 2022, já estão liberadas para grupos de até 30 pessoas e acontecem quinzenalmente, aos sábados, mediante agendamento pelo e-mail cafezalurbanoib@biologico.sp.gov.br.