Aumento de preços do café em 2025

Aumento de preços do café em 2025 e falta de produtos: o impacto da ruptura no mercado brasileiro

O mercado de consumo brasileiro enfrenta um cenário de instabilidade em 2025, com destaque para aumento de preços do café e a falta de produtos essenciais nas prateleiras dos supermercados.

De acordo com o Índice de Ruptura da Neogrid, a escassez de itens como café, ovos, açúcar e azeite tem se intensificado, refletindo os efeitos combinados de fatores climáticos, econômicos e logísticos.

Entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, o preço do café registrou uma impressionante variação de 66%, enquanto outras categorias essenciais também apresentaram aumentos e dificuldades de reposição.

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Ruptura em alta: o panorama do varejo brasileiro em janeiro de 2025

Segundo a Neogrid, em janeiro de 2025 o Índice de Ruptura – que mede a indisponibilidade de produtos no varejo – atingiu 13,7%, um crescimento de 0,9 ponto percentual (p.p.) em comparação com dezembro de 2024.

Esse é o maior índice registrado desde agosto de 2024, quando a taxa superou os 13%, após um período de estabilidade na casa dos 12%.

O aumento no índice de ruptura já vinha sendo observado nos últimos três meses e tem gerado preocupação no setor.

Entre os produtos mais afetados estão ovos, café, açúcar e azeite, que apresentaram significativa elevação na indisponibilidade:

Ovos: de 16,7% para 19,7% (+3 p.p.)

Café: de 9% para 11,1% (+2,1 p.p.)

Açúcar: de 8,9% para 10% (+1,1 p.p.)

Azeite: de 6,6% para 7,6% (+1 p.p.)

Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, explica que a alta da ruptura ocorre em um contexto de desaceleração do consumo no Brasil. “Com o preço dos alimentos elevado e o poder de compra do brasileiro mais pressionado, a reposição de estoques fica mais lenta, resultando na falta de produtos nas prateleiras”, afirma Munhoz.

Aumento de preços do café: alta de 66% em 12 meses

Entre os produtos com maior impacto no índice de ruptura, o café se destaca.

Em janeiro de 2025, a indisponibilidade de algumas marcas e tipos de café atingiu 11,1%, um aumento de 2,1 p.p. em relação ao mês anterior.

O preço do produto também vem apresentando forte alta: em 12 meses, a variação chegou a 66%.

Os preços do café em janeiro de 2025 revelam a pressão sobre os consumidores:

Café em pó: aumento de 7%, passando de R$ 21,94 para R$ 23,48;

Café em grãos: redução de R$ 50,14 para R$ 44,47.

A principal causa para essa oscilação está relacionada às condições climáticas adversas enfrentadas pelos produtores ao longo de 2024.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, as chuvas nas regiões produtoras no início de 2025 podem favorecer a próxima safra (2025/26).

No entanto, as altas temperaturas ainda preocupam, pois podem comprometer a qualidade do grão.

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Produção de arábica em queda e conilon em recuperação

As projeções da Hedgepoint Global Markets indicam uma redução de 4,9% na produção de café arábica em 2025/26, totalizando 41,1 milhões de sacas.

Essa queda é atribuída tanto aos efeitos climáticos quanto à redução da área plantada.

Por outro lado, a produção de conilon deve apresentar crescimento de 14,3%, alcançando 23 milhões de sacas, graças a condições climáticas mais favoráveis e investimentos em expansão.

Apesar desse aumento na produção de conilon, os estoques baixos e o crescimento do consumo doméstico podem limitar as exportações brasileiras nos próximos meses.

Outros produtos em alta: ovos, açúcar e azeite

Além do café, outros produtos essenciais também apresentaram aumento na ruptura e nos preços em janeiro de 2025.

Ovos: alta na ruptura e variação de preços

A ruptura dos ovos subiu de 16,7% em dezembro de 2024 para 19,7% em janeiro de 2025, um crescimento de 3 p.p. Em relação aos preços, as variações foram as seguintes:

Ovos brancos: leve alta, de R$ 11,06 para R$ 11,25;

Ovos caipira: aumento expressivo, de R$ 13,43 para R$ 15,05;

Ovos de codorna: queda de R$ 9,22 para R$ 8,26.

Açúcar: retorno ao nível de agosto de 2024

O açúcar também registrou aumento na ruptura, passando de 8,9% para 10%, atingindo o mesmo patamar de agosto de 2024. Os preços seguiram a mesma tendência:

Açúcar cristal: alta de 2,9%, de R$ 9,40 para R$ 9,68;

Açúcar mascavo: leve aumento, de R$ 15,09 para R$ 15,34;

Açúcar refinado: estabilidade em R$ 5,85.

Azeite: retomada da alta após meses de queda

Após meses de estabilidade e leve queda, o azeite voltou a apresentar aumento na ruptura, subindo de 6,6% para 7,6%. A variação de preços do azeite em janeiro de 2025 foi:

Azeite de oliva virgem: queda de R$ 48,14 para R$ 47,91;

Azeite extravirgem: alta de R$ 49,44 para R$ 50,18.

O que é ruptura?

O termo “ruptura” refere-se à indisponibilidade de um produto nas prateleiras em relação ao catálogo total de uma loja. Por exemplo, se um supermercado vende 10 marcas de café e duas estão em falta, a taxa de ruptura é de 20%.

Essa métrica inclui tanto os produtos ausentes nas gôndolas quanto os itens em falta no estoque, abrangendo toda a cadeia de abastecimento do varejo.

Perspectivas para o mercado em 2025: desafios e incertezas

O mercado de consumo em 2025 enfrenta um cenário de volatilidade e incerteza.

Fatores como as condições climáticas no Brasil, os baixos estoques globais e a pressão nos preços continuarão impactando a oferta de produtos essenciais.

Com a produção de arábica em queda e a recuperação do conilon, o Brasil deve seguir desempenhando um papel crucial no fornecimento global de café.

Contudo, os consumidores brasileiros já sentem os efeitos dos aumentos de preços em itens essenciais como ovos, açúcar e azeite, enquanto as empresas do setor de varejo enfrentam o desafio de manter a disponibilidade de produtos em meio a um cenário econômico incerto.

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