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Preços: tendências no mercado de café
De acordo com a análise da hEDGEpoint Global Markets, os preços do café começaram a semana (de 29/5 a 2/6) em queda.
Esse fato se deve principalmente às tensões da semana passada (entre 22/5 e 26/5) em relação à votação do teto da dívida nos Estados Unidos.
No entanto, com a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados na noite da última quarta-feira (31), o sentimento de aversão ao risco diminuiu e os preços recuperaram algum terreno.
É importante observar, no entanto, que o projeto de lei limita os gastos nos próximos dois anos, o que é um ponto de baixa para as commodities.
Enquanto o risco iminente de inadimplência é afastado e o otimismo retorna aos mercados de commodities, a lei do teto da dívida provavelmente retornará como um ponto de pressão devido aos cortes orçamentários.
Do lado dos fundamentos, os dados da União Europeia trazem indicações sobre a demanda, em contraste com os últimos números disponíveis nos EUA.
O bloco importou um total de 23,6 milhões de sacas de outubro de 2022 a março de 2023.
O Robusta se destaca entre as origens: o Vietnã exportou 3,4M scs para a região em 22/23, ante uma média de 3,1M scs entre outubro e março (+10%).
A Uganda também registrou um aumento (+32%, 1M em 22/23 vs. 790 mil em média), assim como a Indonésia (+40%, 740 mil vs. 530 mil).
Os países da América Central, no entanto, perderam participação de mercado (-16%, 960 mil vs. 1,14M sacas, em média) assim como a Colômbia (-35%, 540 mil vs. 840 mil).
Embora a redução nas importações de arábica lavado seja parcialmente devido à menor disponibilidade – especialmente no caso da Colômbia – a mudança para o robusta mostra que os cafés mais baratos estão sendo fortemente preferidos pelo mercado europeu.
Os estoques, por sua vez, caíram em abril para o menor nível em 5 anos, chegando a 11,19 milhões de sacas.
O número representa 13 semanas de estoques de torrefadores, enquanto a média seria em torno de 16-17 semanas.
Considerando o volume de importações dentro do esperado, e os estoques bem abaixo da média, a demanda implícita do bloco mostra aumento em relação ao ano passado: 24,4M vs. 23,4M, acima da projeção para o período (22,6M sacas).
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Número de produção de café na Colômbia
Relatório da hEDGEpoint Global Markets analisa os números de produção de café na Colômbia em 2023.
Segundo a consultoria, na semana passada, entre 22 e 26/5 de 2023, o mercado reagiu negativamente ao sentimento de aversão ao risco relacionado ao prazo limite para negociação do teto da dívida nos Estados Unidos.
Atingir esse prazo sem um novo acordo significaria uma redução da classificação de crédito do país, custos de empréstimo mais altos, com efeitos nas demais economias globais.
Em termos de fundamentos, o foco continua na questão de ajustes dos números de 22/23 e estimativas para 23/24.
Safra colombiana de café
Números tanto da safra principal quanto da mitaca ficaram aquém das expectativas iniciais – que já apontavam crescimento limitado para o ciclo.
Até abril, a Colômbia registrou produção de 6,19M scs, abaixo da estimativa de 7,10M scs.
Com isso, apesar de anos anteriores registrando boa recuperação durante os principais meses da mitaca (14/15, 18/19 e 19/20), produção total deve registrar queda em relação a 21/22.
As áreas de produção da Colômbia têm registrado um aumento da proporção de árvores envelhecidas em relação às áreas com árvores jovens (de maior produtividade).
Considerando o potencial de aumento na área, porém, com proporção inalterada das áreas com árvores envelhecidas, a produção total de 23/24 pode ficar limitada a 11,9M scs.
Apesar de aumento nas exportações, Colômbia deve registrar estoques mais apertados em função da redução na produção.
Reduzimos nossa estimativa de produção no ciclo 22/23 de 11,94M scs para 11,5M scs, e de 12,32M scs no ciclo 23/24 para 11,95M scs.
Aumentamos nossa estimativa de importação, de 1,91M scs para 2,06M scs.
Porém, estoques ainda devem registrar uma redução, de 4,76M scs para 4,36M scs, e queda anual em 23/24, para 3,37M scs.
No acumulado do ciclo 22/23, a Colômbia exportou somente 6,2M scs, o menor volume para o período em mais de uma década.
Exportações caíram, em média, 18% nos últimos 6 meses, porém, queda dos embarques só veio 3 meses depois da queda nos diferenciais: demanda pesou mais que oferta?
“Esperamos que o balanço global de cafés suaves apresente déficit em 22/23 e 23/24, portanto, embora o movimento recente da demanda possa ter perdido fôlego, a tendência negativa do lado da oferta pesa mais no balanço global no longo prazo”, explica Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint Global Markets.
Efeitos do El Niño na cultura do café
O fenômeno natural El Niño neste ano de 2023 promete temperaturas muito acima do normal.
Também há a previsão de um padrão irregular de chuvas durante o enchimento e maturação dos frutos do café.
Isso tudo pode ameaçar o desenvolvimento da safra 24/25 no Brasil.
Impactos do El Niño no desenvolvimento da safra de café em 2023
O café ficou sujeito aos impactos negativos do La Niña nas últimas três safras.
E o El Niño também pode representar uma ameaça para o desenvolvimento da safra deste ano.
Por ser uma cultura perene, o café é mais vulnerável a anomalias climáticas, uma vez que tais eventos podem impactar não apenas a safra atual, mas também as próximas.
É importante destacar que a safra que seria mais afetada pelo fenômeno é a safra de 2024/2025, já que a expectativa é que o fenômeno fique ativo apenas no segundo trimestre.
“A princípio, o El Niño diminuiria a probabilidade de geadas no Brasil, com temperaturas mais quentes durante o outono e o inverno. Por outro lado, se o inverno for mais seco do que a média, além do clima mais quente, a umidade do solo e as reservas de água podem ser impactadas negativamente. Ainda assim, essa não é uma ameaça imediata, já que essas reservas estão suficientemente altas com as chuvas recentes – seria preciso uma ocorrência extrema para mudar esse cenário”
Natália Gandolphi, analista de Café hEDGEpoint Global Markets
El Niño: impactos no pós-florada
Passando do período de crescimento vegetativo para o de pós-florada, a visão do El Niño muda drasticamente.
Serão temperaturas muito acima do normal durante o enchimento e maturação dos frutos podem ameaçar o desenvolvimento.
Além disso, se o fenômeno afetar também o regime de chuvas, pode levar a um período mais seco, ameaçando a visão otimista para a produção em 2024/2025.
“Historicamente, o El Niño aconteceu nos anos 03/04, 07/08, 10/11 e 16/17 durante os principais períodos de desenvolvimento (pós-florada até a maturação)”
Gandolphi.
“16/17 é um outlier quando comparado aos outros ciclos, pois a produção estava se recuperando das quebras de safra 14/15 e 15/16. Esses foram os mais afetados pela seca de 2013, que aconteceu em um ano Neutro-ENSO, o segundo ano com maior anomalia positiva de temperatura para status ENSO neutro em mais de um século. Ambas as safras também foram afetadas pelo cenário neutro-positivo, que antecedeu o El Niño”
Em média, sem considerar a safra 16/17, a produção de arábica caiu 5% nos anos de El Niño (em comparação com a safra anterior de bienalidade correspondente).
Durante anos neutro-positivos e El Niño, a queda média é de 4%.
Já para o conilon, a produção caiu 10% a/a nos anos de El Niño e 3% nos anos neutro-positivo e El Niño.
Ainda que as últimas três safras tenham sido afetadas negativamente pelo fenômeno La Niña, o El Niño se mostra também relevante para a safra brasileira.
O fenômeno também preocupa em relação à produção de café na América Central.
No geral, as temperaturas tendem a ser mais altas do que a média durante os meses de florada e desenvolvimento dos frutos, e a precipitação tende a ser abaixo da média, especialmente no trimestre de junho a agosto.
Tomando como exemplo Honduras e comparando anos semelhantes que foram neutro-positivos ou ativamente afetados pelo El Niño, os níveis de chuva em julho e agosto tendem a ser preocupantes.
Ainda usando como proxy o principal produtor da América Central, temos dois ciclos em que o desenvolvimento foi diretamente afetado por um El Niño ativo: 02/03 e 15/16.
No primeiro, a produção caiu 11%; no último, aumentou 13%, mas destacamos que a região estava se recuperando da ferrugem do café, inflando as taxas de crescimento a/a de 13/14 a 16/17.
“No entanto, a região também teve seus principais estágios de desenvolvimento afetados por um status neutro-positivo – quando há um “aviso” ou “alerta” de que o fenômeno provavelmente se tornará ativo. Na média, considerando todos os anos-safra afetados pelo El Niño ou status neutro-positivo, a produção do país caiu 3%”.
O risco reside principalmente no fato de que a florada pode acontecer conforme o esperado, mas as chuvas que deveriam ocorrer durante o enchimento dos frutos acabam vindo abaixo do normal.
Isso pode levar a cerejas menores e, consequentemente, rendimentos mais baixos.
“Para simular o possível impacto que o El Niño pode ter no próximo ciclo, consideramos o impacto médio histórico do fenômeno, usando Honduras como proxy da América Central — isso poderia significar um impacto de -833 mil sacas no ciclo 23/24”
Café enfrenta ressaca pós-rally – semana de 24 a 28 de abril
De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, na semana de 24 a 28, os preços do café foram reajustados.
Esse reajuste aconteceu após o rali, uma vez que o segundo contrato não ultrapassou a marca de 203 c/lb.
Esse movimento de reajuste no preço do café aconteceu com um volume ligeiramente menor e as médias móveis de 7 e 14 dias agora testarão a média móvel de 100 dias.
Produção de café no Vietnã
Como as preocupações com a safra brasileira estão em segundo plano, nesta semana, a consultoria especializada em commodities realizaou a revisão mensal dos números do Vietnã.
De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, a produção no Vietnã reflete questões climáticas e de desinvestimento.
Porém, estão mais atreladas às primeiras:
- os níveis de chuvas foram contra a tendência nos primeiros meses de 2023, ficando em 23% da média em março e, em abril, 30% da média!
- No lado do desinvestimento, esperamos uma área 7% menor em relação à tendência, e essa redução deve ocorrer sem grandes ganhos tecnológicos que dariam suporte à produtividade.
Safras de café no Vietnã
Devido a questões climáticas, as safras 22/23 e 23/24 no Vietnã foram reajustadas para níveis mais baixos.
Consequentemente, o mesmo vale para os níveis de exportação.
Apesar do ajuste, os estoques finais também devem ser reduzidos em ambas as safras: de 2,03M scs em 22/23 para 1,89M e de 2,12M para 1,92M em 23/24.
A produção pode cair para os níveis mais baixos desde 16/17 com o atual padrão de chuvas, limitando a recuperação dos estoques.
Juntamente com a menor produção de conilon no Brasil, a oferta do robusta será mais penalizada em 23/24 do que quando comparada ao arábica.
Para as próximas semanas, espera-se que a região do Planalto Central no Vietnã receba níveis de chuva acima da média.
Isso pode promover pequenas floradas e também ajudar no desenvolvimento das floradas que já ocorreram.
Ainda assim, em geral, não se espera que essas chuvas aumentem consideravelmente os níveis de produção, pois estes já são limitados.
No médio prazo, porém, os modelos de previsão do tempo indicam que a região voltará a um padrão mais seco,
É nesse período em que ocorre o enchimento e o crescimento dos frutos.
Isso pode limitar o tamanho das peneiras para a próxima safra, exigindo atenção.
Confira mais detalhes sobre o tema Café enfrenta ressaca pós-rally.
Atualização dos Estoques da Federação Europeia do Café – 19/04
A Federação Europeia do Café divulgou seus estoques ao final dos meses de janeiro e fevereiro de 2023 no início do mês desse mesmo ano.
Os estoques foram de 11,72 milhões e 11,36 milhões de sacas, respectivamente.
Os resultados foram altistas para preços, já que os estoques caíram mais do que a sazonalidade sugere para o período.
Os estoques diminuem, em média, 265 mil sacas de dezembro a janeiro e 168 mil sacas de janeiro a fevereiro. Na divulgação recente, os estoques caíram 1,1 milhão de sacas e 368 mil sacas em cada mês.
Isso poderia ser explicado por menores importações, mas não é o caso.
As importações até janeiro estão em 16 milhões de sacas, exatamente como projetado para o período para sustentar a demanda crescente, e 3% acima do mesmo período do ano passado.
Consequentemente, os resultados estão mostrando uma luz otimista em termos de demanda para o bloco, apesar dos resultados mistos vindos do outro lado do Atlântico.
Nos EUA, apenas o resultado de fevereiro sugere um comportamento dentro do normal para a demanda.
Com as métricas de estoques, importações e reexportações, estimamos o consumo aparente da União Europeia.
Atualmente, o consumo está 5% acima do mesmo período do ano passado, e, também acima das nossas estimativas para o período.
O consumo aparente ainda pode ser suavizado até o final do ciclo, devido a diferenças com a sazonalidade.
Ainda assim, considerando o consumo médio de fevereiro a setembro, a UE deve apresentar crescimento de pelo menos 1,3% no consumo aparente frente ao ciclo 21/22, desde que não ocorram grandes disrupções até setembro.
Consequentemente, isso remodelaria o O&D global.
Com +1,3%, o déficit global projetado para 22/23 se aprofundaria, passando de -4,7 milhões de sacas para -5,3 milhões de sacas, e de -0,6 milhões de sacas para -1,2 milhões de sacas em 23/24.
Preços do café encontraram força em três principais fundamentos até o dia 13 de abril: moeda, exportações e clima
De acordo com o relatório da hEDGEpoint as cotações do café na bolsa de Nova Iorque subiram mais s 8% até o dia 13 de abril.
Essa alta veio logo depois da subida de 7% ocorrida na semanda anterior.
Os preços do segundo contrato quebraram as resistências de 183 e 189 c/lb, agora testando o nível de 195 c/lb.
Segundo o relatório da consultoria, as altas do preço do café encontraram força em três principais fundamentos: o Real, o clima brasileiro e as exportações brasileiras.
1 – Real: taxa de câmbio
A taxa de câmbio USD/BRL atingiu o nível mais baixo em quase dez meses, em 4,92, o que forneceu suporte para os preços do café.
O Real refletiu o movimento do índice do dólar, as expectativas de um Fed mais dovish e os resultados que indicam que o mercado de trabalho americano está gradualmente perdendo fôlego, ao lado de dados econômicos que mostram arrefecimento da inflação no país.
Ainda assim, existem fundamentos específicos do Real que também sustentam o avanço da moeda brasileira.
O arcabouço fiscal está em discussão, e após esse período – onde ainda é esperada alguma volatilidade.
A moeda brasileira tem espaço para se valorizar ainda mais em relação ao dólar.
2 – Exportações brasileiras
As exportações brasileiras ficaram abaixo da média mais uma vez.
As exportações de arábica, em março, costumam ser de 2,8M scs.
Apesar do aumento mês a mês – que coincidentemente está muito fora da sazonalidade (+30% vs. +5% em média) – devido ao avanço nos níveis de comercialização, as exportações de arábica chegaram a 2,6M scs, ainda abaixo dos níveis normais para o período.
Esperamos que o Brasil exporte 7-8,2M scs nos últimos três meses do ciclo 22/23, totalizando entre 30,9 e 32,6M scs neste ciclo, 1-6% a menos que em 21/22.
3 – O clima brasileiro
Com a colheita já em andamento nas áreas de conilon e próxima ao seu início nas áreas de arábica, a previsão de chuvas de até 600% da média trouxe preocupações, principalmente em termos de qualidade.
As chuvas, a essa altura, poderiam derrubar os frutos das árvores e, em condições extremas, levá-las a fermentar no solo, o que diminuiria a uniformidade de qualidade esperada para a safra deste ano.
Para as próximas duas semanas, todas as áreas de café, exceto o Atlântico Baiano, devem receber chuvas de pelo menos 150% do normal.
Fundamentos do café e ambiente macro do mercado – 21 e 27 de março de 2023
Em novo relatório emitido na semana entre 21 e 27 de março de 2023, a empresa hEDGEpoint Global Markets, especializada em commodities analisou os fundamentos do café em relação ao ambiente macro.
Segundo a consultoria, os spreads estão invertidos nas primeiras telas do café em NY.
Isso se deve por que o ciclo 23/24 ainda está apertado em termos de balanço global (-0,6M sacas).
No entanto, a safra brasileira 24/25 tem potencial para ser uma safra cheia, tanto para o arábica quanto para o conilon.
Em relação ao café arábica, a expectativa de safra cheia se deve ao menor stress produtivo.
Já em relação ao conilon, a análise positiva se deve à expansão da área realizada com densidades menores, abrindo espaço para aumento da produtividade.
Variação dos preços dos cafés arábicas e conilon
À medida que os preços se consolidam antes da colheita da safra 23/24 do Brasil e do desenvolvimento da safra 23/24 nos Centrais e na Colômbia, o arábica pode estar sujeito a movimentos especulativos, especialmente com o quadro macroeconômico atual.
O spread entre os títulos do Tesouro dos EUA de 10 e 2 anos sinaliza uma recessão chegando quando entra na faixa negativa.
Os períodos destacados em cinza são períodos de recessão, que se seguiram a essas reversões.
Nas últimas cinco recessões, de 1980 a 2020, o café caiu, nesses períodos, respectivamente: 32%, 8%, 33%, 6% e 12%, com queda média de 13% durante os períodos.
Em termos de fundamentos, o arábica está em déficit no ciclo atual, mas a situação muda em 23/24.
A recuperação da produção brasileira, ainda que pequena, traz algum alívio para o balanço de O&D global de arábica – a produção deve aumentar de 36M para 42,3 milhões de sacas.
O robusta, por outro lado, entra em déficit: a quebra da safra de conilon no Brasil impulsiona o déficit de 2,85 milhões de sacas esperado para o robusta global em 23/24.
Com expectativa de superávit de arábica e déficit de robusta no ciclo 23/24, a arbitragem entre os dois ainda pode diminuir até o final de 2023.
Atualmente, a arb está em 84 c/lb, enquanto a média histórica é de 73 c/lb.
O risco de alta está, atualmente, com o El Niño: o fenômeno afeta negativamente os países produtores de arábica, mas nem tanto os produtores de robusta.
Então, nesse cenário, o atual superávit projetado para o arábica está na corda bamba.
O fenômeno traz temperaturas mais quentes e secas na América Central e em partes da Colômbia durante o crescimento dos frutos: isso pode levar a outra quebra de safra.
Para o Brasil, leva a um clima mais quente e aumenta a probabilidade de chuvas no inverno, ameaçando o desenvolvimento vegetativo da safra 24/25 – que, por enquanto, deve ser uma safra cheia, destaca Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint Global Markets.
Confira aqui o relatório completo sobre os fundamentos do café em relação ao ambiente macro.
Cotações do café arábica: média móvel semanal responde a indicadores macro e técnicos
De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, as cotações do café arábica, em linha com a dinâmica que vem ocorrendo nas últimas semanas, voltaram a responder aos marcadores técnicos.
Os dados foram divulgados no relatório divulgado esta semana.
Agora com a média móvel de 14 dias cruzando acima da MM de 7 dias e ambas falhando em cruzar a MM de 200 dias, dois pontos baixistas (Figura #1).
Para mais informações sobre o consumo de café no Brasil, confira o post Dados de consumo de café em 2022 divulgados pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café).
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Confira os dados referentes às cotações do café arábica
As declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, também pressionaram o café, segundo a companhia especializada em commodities, com uma postura mais agressiva do que o previsto anteriormente.
Esse movimento deu força ao índice do dólar e, consequentemente, atuou como um ponto de baixa para as commodities.
Outros dois dados fundamentais importantes também precisam ser considerados para a avaliação da variação dos preços do café.
Primeiro ponto
Esta semana, a Colômbia divulgou sua produção e exportação de café de fevereiro.
Embora a produção tenha registrado um aumento mensal de 10%, no acumulado, a produção ainda está 9% abaixo do último ciclo e 750 mil sacas abaixo do ritmo esperado, em 3,80M scs (vs. 4,55M estimadas – Figura #2).
Mesmo que o país apresente um crescimento melhor para a mitaca, que é a safra secundária de café da Colômbia que começa em abril – o que é nossa expectativa, já que o segundo período de cultivo foi menos afetado por problemas climáticos do que o primeiro – a produção total ainda ficaria limitada sob a marca de 12M scs.
Isso significa que, embora o aumento possa parecer baixista a princípio, não teríamos nenhuma alteração em nosso balanço de O&D, permanecendo deficitário, atualmente em -1,9M de sacas para o ciclo 22/23.
Segundo Ponto
O segundo ponto vem dos estoques certificados de arábica.
Novos cafés estão sendo classificados, de origem africana e centro-americana.
Esta semana, os estoques da ICE viram até origens retornando: El Salvador adicionou 250 sacas, depois de ter zerado em setembro de 2022.
Ruanda adicionou 1.338 sacas, Burundi 960 e Honduras 1.822 sacas. O Brasil registrou um aumento líquido de 1.330 sacas.
O valor atualmente é insignificante quando comparado ao total, mas pode ser indicativo de uma tendência maior.
Até então, as adições eram somente de recertificações – motivo da taxa de reprovação ter sido tão alta.
Então, com essas novas origens e volumes chegando, pode ser o café da nova safra?
Os diferenciais diminuíram em várias origens de suaves, mas ainda não estão em paridade certificável – portanto, as chances são baixas.
Surgiram rumores no mercado de menor demanda por esses cafés, o que coloca em perspectiva a dinâmica dos estoques certificados.
Os dados do lado do consumidor final também são mistos, com os dados de receita das principais marcas dos EUA e da Europa sugerindo um crescimento nas receitas impulsionado apenas pelo preço – enquanto os volumes mostraram uma queda.
O consumo, no entanto, estaria mudando, à medida que os consumidores optam por opções mais baratas. Ainda assim, a dinâmica é incipiente e precisa de tempo para amadurecer, pois pode ser mais uma ocorrência conjuntural do que estrutural.
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